“Somos todas amadas, resilientes, sonhadoras, lindas, amigas, inovadoras, alegres, bruxas, fadas, rainhas, princesas, alquimistas, apaixonadas pela vida e pelo bem estar. Estrelas - cada uma com seu próprio brilho. Companheiras, guerreiras, batalhadoras, as vezes malucas, loucas de pedra, briguentas, estressadas, mulheres, mães, filhas, avós, amantes, talentos múltiplos... Somos mil em uma, somos importantes para inovação do ecossistema e fazemos a diferença no planeta. Sempre dedicadas e com muito amor pelo que fazemos e para quem fazemos.” (Ivonete Fagundes, presidente da Cooplantas)

 

A COOPLANTAS foi instituída com os seguintes objetivos: fortalecer a agricultura familiar possibilitando melhorias na qualidade de vida no campo; preservar e ampliar os conhecimentos com uso e produção de plantas medicinais; consolidar a cadeia produtiva com práticas agroecológicas/orgânica; fortalecer o trabalho das mulheres em uma empresa social que visa geração de trabalho, renda, autonomia e acesso às políticas públicas; dar visibilidade ao trabalho e importância das mulheres buscando igualdade de gênero, direitos e diminuindo a violência. Todo o processo produtivo - da produção à comercialização - é realizado pelas cooperadas. Há produção ervas, cosméticos e fitoterápicos artesanais com foco na venda para mercado local. As cooperadas desenvolvem esses produtos com base em seus conhecimentos, que foram passados de geração em geração e dos cursos de aprimoramento de técnicas. Com criatividade e inovação, as mulheres vão desenvolvendo produtos e aprimorando os processos produtivos.

 

A trajetória da COOPLANTAS começa em 1995, por meio de mulheres que passam a se interessar pelas plantas medicinais para a garantia de saúde. Em 1998, as mulheres decidem desenvolver atividades produtivas geradoras de renda e escolhem o cultivo destas plantas. Em 2000, o grupo decide adotar a transição agroecológica. Em 2008, o coletivo passa a ter uma sede fixa, com uma oficina fitoterápica para beneficiamento da matéria-prima vegetal e inicia a certificação orgânica. Em 2020, com a pandemia de COVID, a comercialização das plantas medicinais diminuiu drasticamente, gerando insegurança e falta de perspectiva. Atualmente, com a retomada das atividades e reorganização da sede, retoma-se a missão: dar visibilidade ao trabalho da mulher no campo; promover a autonomia econômica; enfrentar à violência doméstica e lutar pela igualdade de gênero, promovendo a integração comunitária, a autonomia financeira e desenvolvimento sociocultural das cooperadas, seus familiares e a sociedade.

 

Em média, de 30 a 35 mulheres trabalham diretamente no beneficiamento de plantas medicinais. Além disso são 432 famílias de assentados (aproximadamente 2000 pessoas que são beneficiadas indiretamente), ampliando a renda destas famílias e garantindo a emancipação financeira das cooperadas. Pelo trabalho destas mulheres se está regenerando o bioma da mata atlântica e do cerrado, por meio do cultivo de plantas naturais da região, que protegem e cuidam do solo, água e ar. Além disso os produtos são excelentes medicinas naturais que cuidam também da saúde da população. Entre os sonhos da COOPLANTAS está garantir a segurança econômica e o crescimento sustentável da cooperativa, empoderando mais mulheres, ampliando e potencializando o cuidado com meio ambiente e pessoas. Atualmente a COOPLANTAS conta com um programa de dispensação gratuita de fitomedicamentos no SUS, com uma média de 5000 receitas/ano.

 

A Cooperativa segue os preceitos da agricultura orgânica e agroecológica. Existem áreas de produção coletiva e algumas áreas individuais que já possuem certificação orgânica-biodinâmica (Deméter) em formato de SPG (Sistema de Participação e Garantia). O intuito é continuar seguindo essas diretrizes e aumentar a área de produção certificada, com foco nas áreas individuais. Além disso, identificamos a importância de se certificar a Agroindústria e os produtos processados. A COOPLANTAS trabalha pela recuperação da biodiversidade, por meio do plantio agroflorestal de plantas medicinais nativas e da regeneração do solo a partir das práticas agroecológicas; e também contribui com a ampliação da autoestima da cooperadas e da qualidade de vida das diversas famílias camponesas. Além do trabalho prático, a cooperativa também vem realizando inúmeras ações educativas em prol do meio ambiente e saúde da mulher por meio de cursos, oficinas e vivências abertas as escolas e a comunidade.